GRUPOS EM RISCO: A TRANSFOBIA E A PATOLOGIZAÇÃO DAS IDENTIDADES TRANS COMO CATEGORIAS DE ANÁLISE POLÍTICO-PEDAGÓGICA
Resumen
Neste artigo pretendemos avaliar e defender a importância de se estabelecer fundamentos
conceituais para uma melhor compreensão do termo ‘risco’, comumente empregado para
caracterizar grupos vulnerabilizados frente a determinados contextos. Nos interessa, portanto,
questionar a nomenclatura ‘grupos de risco’, entendendo que o mesmo possui duas dimensões que
formam um mesmo problema para se pensar a transfobia e suas facetas: a primeira, a ética, que
seria responsável por naturalizar o lugar de subalternidade que pessoas trans se encontram; e a
segunda, política (nos âmbitos sociais e escolares), que esvaziaria o componente histórico-político
que nos auxilia a compreender as estruturas das desigualdades que atravessam e se materializam
diferentemente nos corpos dos(as) sujeitos(as) trans. Para isso, recorreremos à metodologia
Interseccional e ao Feminismo Trans como forma de reconhecimento do entrecruzamento do sistema
de violências que vigora em tempos de capitalismo neoliberal, reduzindo corpos a mercadorias e
medicalizando todos os processos de suas vidas e mortes.